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Conta-me histórias #7

Conta-me histórias #7

 Hoje a minha convidada é uma menina com Nervoso Miudinho, tem um blog cheio de situações que  a tiram do sério, outros textos mais sérios, opiniões, bem escrito e com humor qb.

Muito obrigada “Nervosa”, concordo com tantos itens neste texto que acho que tenho nervoso miudinho também, não estás só.

“Agradeço o convite gentil da Vitória, que se lembrou de mim para esta rubrica.

Como a JP não me sinto confortável em trazer aqui um conto, não estou habituada a colocar em papel, embora muitas vezes divague e crie pequenas histórias.

Optei por texto de opinião. Dar opiniões já nos é uma segunda natureza, já o fazemos inconscientemente, analisamos e integramos as experiências e formamos pensamentos sobre o que passa à nossa volta constantemente.

Falo-vos hoje de civismo. Ou da falta generalizada dele. Esta é daquelas coisas que acicata o meu nervoso miudinho. Assisto, há longos anos a coisas que me incomodam. Falo amiúde delas lá no blog, como as filas, que motivou o post de ontem. É um traço mais latino, ou da Europa do Sul talvez, esta incapacidade da espera paciente e ordeira pela sua vez.

Em Londres, por exemplo, em qualquer tapete ou escada rolante, todos, sem excepção se encostam à direita, deixando a esquerda para quem tem pressa. Ora cá, as pessoas estacionam no meio, e até o com o “com licença” têm dificuldade em mexer-se. Nos países nórdicos as filas são por norma mais ordeiras, desde a espera para o autocarro como para qualquer outra situação.

Em Portugal, há sempre alguém que “só quer fazer uma perguntinha”, que tem uma coisa muito rápida para resolver, que acha que tem que ir primeiro, que tenta sempre cortar esquinas. Eu espero pacientemente pela minha vez, e a paciência não é, de todo, o meu forte. A pressa de ser atendida é paradoxal, por pessoas desocupadas, ou por pessoas que perdem a pressa toda logo que estão a ser atendidas ou já foram atendidas e vão queimar tempo para um qualquer café.

Andei muitos anos de autocarro, e sempre impus que quando era a primeira a chegar à paragem, era a primeira a entrar, e acreditam que a luta era diária, sempre dei lugar aos prioritários e sempre me sentei no fundo do autocarro, sendo os lugares de prioridade na frente.

Outra demonstração de falta de civismo é a negação do espaço pessoal ou privado, as pessoas colam-se tanto nas filas que estão encostadas a nós, queremos pagar e estão tão perto que podiam marcar o código pessoal por nós, sendo válido no banco, farmácia, centro de saúde, mesmo com a linha vermelha que indica onde esperar, ignora-se completamente.

Por isso no nosso país há tanto conflito no trânsito, com o estacionamento selvagem para se andar menos 5 metros, as infracções de todas as partes, automobilistas, peões, ciclistas (que na minha opinião são dos mais frágeis mas também os que mais infringem),  como bom exemplo os atropelamentos pelo metro, exactamente porque as pessoas decidem que o outro há-de ter que parar, mesmo com o sinal em contrário.

O problema geracional é uma falácia porque quanto maior a idade, maior a determinação que as filas não se lhe aplicam.  Por outro lado não vejo tantas correcções dos pais de agora a comportamentos de crianças que estão a colocar-se em perigo e a estorvar em sítios muito movimentados, como eu era advertida quando era criança, acho que estas pequenas correcções de que fui alvo foram determinantes para estar ciente do ambiente à minha volta e criar um maior senso de civismo e vida em sociedade.

Daria outro texto, mas actualmente os pais chegam com crianças de colo ao meio dia à praia, quando eu e Ele estamos a sair do sol porque é perigoso. Não sei se serei exigente ou também vos acontecem estas coisas?”

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