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Conta-me histórias #6

Conta-me histórias #6

Hoje apesar do feriado temos o Conta-me Histórias e uma menina que vê o Mundo por uma Lente, tem fotos fantásticas, fala sobre livros, filmes, um blogue que vale muito a pena, cheio de desafios e textos muito bons, como vão ver abaixo.

Obrigada JP, pela simpatia e pela excelente reflexão.

Um texto para pensar escrito por quem percebe do assunto.

“Um humilde convite à reflexão

O convite da Vitória proporcionou-me a oportunidade de realizar uma pequena reflexão, sempre adiada. Ao contrario dos meus antecessores, não me sinto assim tão à vontade de criar histórias, pelo que optei pelo texto de opinião.

O tema não é novo. Já por mais de uma vez tivemos a oportunidade de ler textos que se relacionam com a realidade com que me deparo todos os dias: a realidade do cuidar.

A verdade é que quando olho para trás, para a jovem que entrou no curso há 11 anos cheia de ilusões e sonhos, tão típicos da juventude (e ainda bem!), percebo o quanto foi duro este caminhar… e continua…

Enfrentar o olhar de alguém doente que deposita em nós toda a esperança de se reabilitar… e nós… simples seres humanos que combatem os seus próprios demónios, com a obrigação de dar uma resposta. Mas… e que resposta? Quando não há resposta? O caminho da esperança, talvez… mas até nisso devemos ter algum tacto. Não a falsa esperança… mas a esperança de que é possível mantermos a nossa dignidade até ao final.

O enfermeiro, tal como os restantes profissionais da área da saúde (desde o auxiliar até ao médico especialista), está ao lado do ser humano acompanhando-o desde a concepção até ao momento da sua partida final para o outro mundo (ou para mundo nenhum).

Sendo assim, questiono…! Será que a população sabe as consequências que este percurso tem na saúde do profissional? E quem cuida destes seres humanos?

Sim, somos seres humanos como os outros, choramos como os outros, e levamos connosco, mais vezes do que se possa pensar, os problemas que absorvemos dos nossos doentes/utentes. Aiiii e agora a saúde mental?

Quantos de nós levamos os nossos parceiros, namorados, maridos, para jantares que supostamente são de lazer e acabamos por utilizar esse espaço como momentos de desabafos? Sim. Por vezes comentamos coisas horrendas tipo os líquidos corporais que observámos ou até a “carnificina” que observamos e fazemos parte em certas ações que temos que fazer para salvar vidas?

Perdoem-nos se, no meio da descompressão rimos de pontapés na linguagem técnica que algumas pessoas dão…. quem nunca ouviu expressões como “a peneira do sono”, “ursa no estômago”, “castrol” ou “argália”, só para nomear algumas…

Somos seres humanos… Pensamos, sentimos e também sofremos convosco e com os vossos! Por isso, quando tiverem que se cruzar com esses profissionais… pensem na coragem que têm, muitas vezes também eles, por vezes, com famílias doentes, problemas pesados, poucas horas dormidas para estudar para serem melhores… e tenham compaixão e agradecimento!

Sim, porque somos seres humanos!!!!!”

JP

Feliz Páscoa

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