Em pé, junto à cerca de madeira, observava o neto, olhar doce, ia dizendo com uma voz cheia de carinho:
– Bernardo anda para mais perto da avó, não vás para a água.
Ele ria e saltava nas poças de água existentes na margem do lago.
Aproximei-me e ri também, da felicidade simples de salpicar as galochas, a avó acabou a rir também.
Perguntei olhando aquele olhar simples e directo:
– Toma conta do seu neto?
– Sim, nunca andou em infantários, sempre comigo, a minha filha e o marido têm trabalhos importantes, são muito ocupados.
– E a senhora, está só?
– O meu Alfredo morreu uns meses antes do neto nascer, nunca o conheceu, ele ia adorar brincar com o neto.
– Nunca pensou viver de outra maneira?
– Não minha filha, o meu neto é a minha vida, Só tenho a minha filha e a ele de família, vivo para eles.
– Vive sozinha?
– Vivi alguns anos, mas agora com a idade e o meu netinho a precisar de mim, mudei para casa da minha filha, tem uma boa casa, e uma vida feliz.
– E a senhora? é feliz?
– Sou pois, ter o privilegio de criar uma filha, e um neto não é para todos, Sou feliz com a felicidades deles.
A felicidade resume-se a isso afinal. ser feliz, ao fazer alguém feliz.