Todos os dias ao fim do dia passava por lá, repetia as mesma coisas, sempre.
Que se chamava Alice era casada, tinha duas filhas lindas, e que tivera uma infância feliz.
Contava pormenores felizes, como a vez que num aniversário recebeu a bicicleta que pediu, num dia foram ao parque de diversões que há muito ansiava, outra vez em que foram acampar.
Como a mãe a acarinhava e a ajudava com a escola, mais tarde na adolescência, quando deu o primeiro beijo, quando a ajudou nos preparativos do casamento, a felicidade quando as gémeas nasceram. Como era uma mulher feliz.
Agarrava naquelas mãos envelhecidas e descrevia dias, nomes, sítios, sempre que sentia um brilho no olhar, sentia a compensação da repetição diária.
Ao sair, disse, como fazia todos os dias, até amanha mãe. Recebeu um sorriso de volta, até amanhã menina.