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Inquietude

Sentia-se inquieto, tomava banho e pensava na festa que iria a seguir, os anos do amigo Luís, eram amigos de infância, era casado há seis anos e feliz.

Ao dirigir-se ao carro pensava em como eram diferentes, Luís era um homem calmo, com um bom emprego, vivia num apartamento com vista para o mar, dava óptimas festas acompanhado da esposa sempre bem vestida e sorridente.

Já ele não conseguia manter uma relação, nem um emprego, mudava constantemente, era um insatisfeito.

Sempre se sentira assim, como se o lugar dele não fosse onde estava, procurava sempre algo, quando achava que tinha encontrado, afinal não era aquilo.

Era bonito, sabia que sim, sabia conversar mas não se interessava realmente por ninguém.

Encontros sexuais era o que tinha, um mês depois mudava a página e gostava da vida assim, habituara-se a viver em constante insatisfação.

Ao chegar foi recebido por Luís animado como sempre, olhou em redor e apreciou os restantes convidados, mulheres bonitas, mulheres com vestidos justos, saltos altos, muitos decotes, o costume.

Recebeu olhares durante toda a noite, uns sorrisos aqui e ali, mas  não tinha disposição para conversas, para ser simpático, afinal não queria companhia.

Esta noite iria sozinho para casa, estava inquieto, insatisfeito, e não havia ali nada que o fizesse mudar de ideias.

Saiu sem se despedir, chegou a casa, tomou um banho, deitou-se  e apreciou o silêncio.

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