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Outro dia

Maria ligou o automático quando chegou a casa, roupas, cozinha, jantar.

Quando finalmente se sentou na mesa olhou para o marido sem o reconhecer, antes um homem com feições bonitas e sempre a sorrir. Estava agora envelhecido, duro e nunca sorria. O álcool e noites mal dormidas deixaram vestígios bem vincados.

Era um desconhecido, não falavam há anos, não existia um gesto de carinho, amor há muito se fora.

Continuava ali sem saber porquê, um dia iria embora, um dia deixaria aquela vida sem sentido.

Hoje ainda não era o dia, Maria levantou a loiça da mesa, arrumou a cozinha e foi-se deitar sozinha, amanhã era outro dia.

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