Passava a tarde sentado no banco do jardim, de cigarro na mão, absorto em pensamentos.
Todos o conheciam e questionavam porque estaria ali, todos os dias, sozinho sem nunca falar com ninguém.
Uns diziam que esperava pela mulher amada, outros afirmavam que tinha uma doença grave, e ainda havia quem garantisse que era apenas maluco.
Na realidade ele esperava sim. Esperava o dia de reencontrar a mulher amada. Estava doente sim, de saudades. Era maluco sim, por ela, desejava o reencontro.
Passava ali as tardes onde tinham sido felizes. Recordava o riso dela. Esperava há dez anos o dia em que o coração parasse, para finalmente estar junto dela. Só aí fazia sentido a vida dele, na morte.