Era conhecida pela maluca dos gatos. Tinha um sobrinho distante, era praticamente só.
Tinha sete em casa, mas todas as noites dava a volta ao bairro para alimentar muitos mais.
Garrafa de água, caixinha com frango cozido lá ia ela pelos becos, enquanto ia dizendo psiuuu psiuuu.
Eles rodeavam-na comiam, bebiam, ela ainda tinha tempo para umas festas, e só depois ia para casa.
Quando morreu tenho a certeza que os únicos que sentiram a falta foram esses mesmos gatos, os de casa e os do bairro.
A “maluca” dos gatos que de maluca nada tinha, dedicou-lhes a vida inteira, sei que o tempo que cuidou destes animais, eles eram felizes.
E se algo merece recompensa é proporcionar felicidade. Bom descanso.